Resident Evil 2 – Revivendo velhos sentimentos

Primeiro contato com jogos da geração 32bits

Apesar de sempre ter gostado demais de jogos e videogames num geral, no final dos anos 90 e inicio dos anos 2000, tudo que eu tinha em casa era um famiclone (que contei a história aqui). Posso me lembrar como se fosse hoje do meu primeiro contato com um Playstation e jogos poligonais, lembro de toda emoção que aquilo me causava e lembro de chegar em casa falando “Mãe, os jogos novos parecem filmes…” (esse era eu com 9 anos tentando explicar gráficos em 3D). Naquela época eu não tinha nenhum tipo de conhecimento sobre os bits dos consoles e sua relevância. Lembro que foi nessa geração que aprendi a palavra “loading” e lembro de como os jogos pareciam realistas perto do que eu já havia visto até então, que naquela altura eram os jogos de Super Nintendo.

Resident Evil 2: Primeiro jogo que fui até o “final”

Um sábado nas férias, uma revista com detonado, duas crianças entre os 10 e 11 anos… Essa foi a receita de uma jogatina que lembro até hoje (mais de 20 anos depois). Minhas jogatinas em casa eram bem limitadas, principalmente pelo fato de termos apenas uma TV, compartilhada para todos os membros da casa, então o máximo que já tinha jogado era uma tarde INTEIRA na casa de algum amigo, alternando entre diversos jogos… Mas essa jogatina seria diferente, acho que o tempo médio para finalizar a campanha do Leon em Resident Evil 2 seja umas 6, talvez 7 horas, mas a falta de habilidade e não saber inglês somados ao nervosismo e às constantes pausas para conferir na revista, nos custaram algo perto de 20 horas.

Detalhes e sustos marcantes

Gostaria de lembrar de mais detalhes, mas acho que isso é parte do charme de relembrar uma experiência de mais de 20 anos atrás. Lembro nitidamente dos sustos com janelas quebrando… Dos zumbis no chão que eu achava estarem mortos e eles se levantarem… Do primeiro encontro com um Licker. Talvez, na minha memória seja mais marcante do que a experiência fosse por si só já que são somadas as memórias afetivas com o jogo e todo o imaginativo infantil envolvido.

RE4 e um novo desejo

5 ou 6 anos depois, tive meu primeiro contato com Resident Evil 4, novamente foi um hype imenso, embora sentisse falta de alguns elementos, era uma ótima experiência. Não me entendam mal, eu adoro RE4, mas uma das primeiras coisas que pensei era: “Eles precisam refazer o RE2 com essa perspectiva”.

Lembro que na época, uma das primeiras coisas que fiz após finalizar RE4 foi (tentar) rejogar RE2, os gráficos limitados do PS1 me fizeram refletir do quanto aquilo parecia realista e capaz de assustar quando joguei pela primeira vez, e agora (em 2005 ou 2006) era algo tão graficamente simples e complicado de jogar.

Naquele momento o melhor que eu conseguia imaginar era um remake de Resident Evil 2 utilizando essa nova fórmula, claro que mantendo história, ambientação, leva-e-traz de itens, O MEDO… Mas dando uma roupagem “atual” com mecânicas mais modernas. Mal sabia que esse desejo se realizaria e a entrega sairia melhor que a encomenda, embora fosse levar ainda mais de 10 anos para sua realização.

Resident Evil 2 Remake e a realização de um sonho

Finalmente coloquei minhas mãos no RE2 Remake (ou reimaginado?), em partes, procrastinei a compra dele pois havia um certo receio. Poderia criar toda uma esperança e dar de cara com um jogo mais voltado para ação ou apenas uma versão mais polida graficamente. Felizmente não era o caso, bastou alguns momentos de gameplay pra que eu me sentisse novamente como aquele garoto de seus 10 ou 11 anos, em alguns momentos ansioso pelo que estava por vir, nervoso a ponto de esquecer caminhos simples, e essa era a exata sensação que eu tanto esperava.

Planejar uma rota segura, dar de cara com Mr. X no meio do caminho e ir parar do outro lado da delegacia fugindo dele, até mesmo esquecendo pra onde estava indo inicialmente. Estar passando pela terceira vez por algum lugar e aquele zumbi que estava aparentemente morto em todas outras vezes te atacar sem que você espere. Entrar num corredor e dar de cara com um Licker… Enfim, todos os elementos necessários para aqueles sustos de sentir a alma saindo do corpo, estavam ali.

Não era apenas nostalgia, não era apenas uma versão mais polida, era um jogo que me trazia a exata sensação que tive “no primeiro jogo que zerei”. Seria a realização do desejo de esquecer um jogo para ter a oportunidade de joga-lo novamente pela primeira vez?

Resident Evil 2: e então... acabou?