QuackShot – Aquele jogo do Pato Donald com um desentupidor
Descobrindo que posso controlar o Pato Donald
De volta pra época em que meu pai surgia magicamente com cartuchos em casa, foi num desses dias em que o jogo da vez era o QuackShot, mas claro, só pelo nome não me dizia muita coisa (“quack? tem pato no jogo?”). Foi então que no meio de um entusiasmo entre meu pai e meu irmão mais velho, pude ver o label do cartucho e tudo fez sentido: era o Pato Donald com roupa de Indiana Jones! Rapidamente colocamos o cartucho no nosso querido Mega Drive II e começou a intro sinistra e escura com história em inglês (que ninguém entendia na época) e com imagens bem ilustrativas que conseguimos entender o que estava acontecendo. Pronto, cenário perfeito, era um jogo em que eu podia controlar o Pato Donald! Ele saiu dos desenhos direto pro videogame! (seria um sonho?) e essa música inspiradora? Peraí! Ele atira com um desentupidor paralisante?! Que demais! (se desentupidores não fizeram sucesso nessa época eu ficarei bem desapontada).
Um criança, Pato Donald, um desentupidor e muita paciência
Quackshot é um jogo relativamente fácil, porém pode te pegar no cansaço: não basta chegar no fim da fase, é preciso voltar ela toda também! Mas isso não torna o jogo chato, pelo contrário, ele tem uma trilha sonora fantástica em cada fase que torna tudo melhor!
Primeira fase, tudo novo, vê qual botão pula e qual botão atira, segue andando…. atira nos bafos (são todos Bafo?), e, o que é isso? pimenta? pega uma, pega duas, pega três…. PATO DONALD MALUCÃO CORRENDO SOZINHO! Desviando aqui e ali só com o botão de pular, tu percebe que na verdade é uma coisa boa e que te ajuda a passar uma parte bem chata da fase (centopeias pulando de latas de lixo). Vida que segue, Pato Donald normalzão de novo, tu encontra um velho no fim da fase e fala com ele (que que ele diz? não sabia, tava em inglês), mas tu entende que precisa sair dali, eis então que surge o avião com os sobrinhos do Donald e te levam pra próxima fase.
Basicamente o jogo possui fases selecionáveis e funciona da seguinte forma: escolhe uma fase, chega no fim dela, pega uma chave, volta a fase toda, chama o avião, vai pra próxima, vai pro fim da fase, usa a chave, avança na fase, pega outra chave, volta toda a fase de novo, chama o avião, vai pra outra fase e usa a chave de novo. Mas apesar disso, cada fase é única onde nelas é possível encontrar uma arma que atira espiga de milho, outra que atira bolhas e, vejam só, um outro desentupidor só que vermelho! (que serve pra atirar na parede e poder subir elas, útil, não?). Também tem chefões! É preciso estar atento e escolher a arma certa para cada chefão, senão é capaz de sofrer em vão e morrer muitas vezes! (como se já não estivéssemos acostumados com isso).
Mas o jogo não é tão malvado assim te fazendo passar a fase todinha pra ter que voltar ela até o início de novo. Se tu for bem curioso e ficar tentando uns cantos, escalando as paredes com o desentupidor, é possível cortar caminho! E também, no retorno tem bem menos inimigos, o que facilita, e muito, a guardar vida pra enfrentar o chefão da fase!
Mas o mais importante é:
“Tem que atirar no pássaro que carrega a colmeia! Não dá tempo de pular para a outra plataforma!”
Greice de 1994.
Oh o pássaro que falei Preciso da chave, mas onde ela tá? Ah sim, vou voltar pra primeira fase! Coopera comigo, velho De volta pro deserto, agora posso avançar! Dentro da tumba Pateta?! Ué, o desentupidor vermelho fica grudado na parede? O que acontece se eu subir nele? Próxima fase: Transilvânia! Caramba, que chefão difícil!
Momento Nostalgia
Obviamente naquela época não podíamos ficar comprando jogos, então meu pai combinava com o dono da locadora para podermos alugar por mais tempo sem pagar multa (e assim podíamos viajar para a casa dos meus avós e jogar lá). Sendo assim, há pouco tempo, fui a uma loja de games antigos e lá estava ele, o jogo do Pato Donald vestido de Indiana com desentupidor na estante da loja, quase como se estivesse rodeado de um brilho intenso. Comprei imediatamente! Cheguei em casa, não falei nada para os meus pais, caminhei silenciosamente até meu quarto, liguei o Mega na TV e coloquei o cartucho (salvo uma ou duas assopradas nele antes) e aumentei o volume. Pulei a intro e então a música começou! Meus pais e meu irmão vieram correndo pro quarto e gritaram: “NÃO ACREDITO QUE TU ACHOU ESSE JOGO!” e estava feita a festa nostálgica. Naquele dia viramos mais uma vez o QuackShot, e percebemos como uma experiência de anos atrás ainda estava bem viva em nós.
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